quarta-feira, setembro 13, 2006

Uma flor de minha infância


Existe um tipo de revista que eu nunca compro, me nego, acho de uma futilidade demasiada: revistas de decoração.
Pior que, como arquiteto, tenho que conviver com elas...
Inevitavelmente, o cliente sempre chega com duas, três ou mais destas revistas.
Algumas acabam ficando comigo. E vão direto para o banheiro. Para aquelas leituras rápidas...
Bem, outro dia, vi uma matéria que eu gostei:
Três personalidades foram convidadas a buscar em suas infâncias uma flor marcante e então criarem um arranjo com cada flor.
Lógico que eu mergulhei em pensamentos, a buscar uma flor marcante na minha infância.
Lembrei de várias e de vários locais, também.
O jardim de nossa casa: um jardim pequeno todo gramado e com várias espécies de flores. As roseiras eram os destaques, mas havia délias, zabumbas, uma pequena camélia, azaléias ( a flor preferida de minha mãe). Tinha um arbusto que dava uma florzinha amarela bastante pequena que não lembro o nome e quando floria ficava lindo! E outras mais, mas não lembro os nomes.
Minha mãe contava que em uma época tinha conseguido algumas mudas de roseiras que floresciam rosas lindíssimas, enormes. A tal ponto de algumas amigas que viam estas roseiras, ao passarem pela calçada, comentarem que ela as enfeitava com rosas de plástico, pois eram lindas demais para serem verdadeiras.
No jardim da tia Clélia, que morava ao lado da nossa casa, havia muito aspargo, sempre solicitados paras as decorações da igreja e outras festas.
Na casa do outro lado, havia um salso chorão, ao lado da sanga. Marcava a paisagem e servia de parada para a lotação que fazia a linha para o Ibaré.
O jardim da pracinha de esportes (Praça Dr. Allyrio Cachapuz), próxima de nossa casa, tinha lindos passeios em pedra portuguesa e uma vegetação marcada por árvores frondosas e arbustos de tuia em arte pituária, sempre muito bem cuidados. O chafariz era a atração principal! (Infelizmente, os pavimentos foram substituídos por blocos de concretos e a vegetação "renovada"(?).
E havia o jardim da tia Suely:
a entrada secundária era ladeada por lírios brancos e hortências, geralmente, azuis (a cor muda conforme a composição dos nutrientes do solo, sabiam?).
A entrada principal era ornada por um lindo jardim com passeios pavimentados e canteiros enormes, uma camélia frondosa cheia de flores vermelhas, mais hortências e uma outra árvore com uma flor linda, de pétalas aveludadas, de uma cor rosé por fora e brancas por dentro, de formato que lembra uma tulipa.
Sempre que lembro de uma flor de minha infância é desta flor que eu lembro.
Rosamaria, me ajuda, tu lembras o nome?
E tu, de qual flor te lembras?

9 Comments:

At 1:54 PM, Blogger Rosamaria said...

Eram tantas, Zeca, lindas!!!

Os vasos estavam sempre com flores em toda a casa.

Hortências mil, tinha nos dois lados da casa e a mãe teve que mandar cortar duas fileiras de um lado, pois o Negro, criação do tio José Adail, se escondia no meio delas e assustava quem passava por alí.Eu morria de medo.

As azaléias eram lindas! Não sei se ainda tem, não tenho ido lá em época de flores.

Quando era guria e a Elba subia para apanhar camélias, virava a bicho comigo, pq eu ficava, por gosto, olhando pra cima e gozando dela. Naquela época só se usava vestido...hehehe

A árvore que falas, eram flores parecidas com tulipas. Elas apareciam quando caiam as folhas e os galhos eram secos. Na casa aqui do lado da minha, antes de derrubarem a de madeira, tinha a mesma árvore, mas nunca conheci alguém que soubesse o nome, tb nunca vi em outro lugar.

Nos fundos, onde ela estava, tb tinha crisântemos, boca-de-leão, gérberas e outras que não lembro o nome. A mãe sempre cuidou muito do jardim.

Vou ver se descubro o nome pra ti.
Bjs.

 
At 2:08 PM, Blogger Rosamaria said...

Eu lembro das mesmas árvores, Zeca, com saudades, aqui não tenho onde plantar.

Agora a que mais gosto é do flamboyant. Adoro quando estão floridos.

 
At 4:05 PM, Blogger Ana said...

Zéca!
Adoro revistas de decoração! Heheheh! Acho uma delícia ficar folheando e planejando mil reformas e mudanças!

As flores que mais me encantavam, quando eu era criança, eram as que brotavam no pasto, lá fora, deixando tudo colorido, lindo demais! Parecia uma mágica: dias mais quentes e ensolarados e aquele colorido tingindo a paisagem e transformando o campo com um enorme jardim! Quem já esteve no campo sabe do que estou falando! Pura alegria e cor!

Lembro de todos os jardins que tu falaste! E mais o da Vó Julita, que era lindo e da quantidade de copos-de-leite que nasciam nas margens daquela sanga que tinha na tua rua, ao lado da casa da vó!

Adorei!

 
At 9:19 PM, Blogger Zeca La-Rocca said...

Rosamaria
eu tbm nunca vi em outro lugar esta árvore. A esperança é encontrar a Erci, ela deve saber o nome!


Ana
o jardim da Vó Julita era lindo mesmo... o q mais lembro é das palmas de ramos... p mim, só ali q existia.

Cicinha claro q a tua flor preferida tinha que ser o Ipê AMARELO, lógico!
E o namoro nem era tão escondido assim, hehe, eu lembro de te ver namorando na área da frente. bjos

 
At 10:48 AM, Blogger Telejornalismo Fabico said...

*


e eu que achava que zabumba era outra coisa.


*

 
At 12:00 PM, Blogger Rosamaria said...

E eu que não sabia desses namoros nas escadas lá da mãe! Amores frustrados?...O pior! Eu não aproveitei pra namorar. Só de longe...e muito...para os dois lados...hehehe

Pra mim, quando guria, não eram só os porões que eram mal assombrados. Depois que escurecia eu não entrava sozinha lá para os quartos. Quando o Flávio nasceu e eu fui pra lá, numa anemia medonha, passei uma noite sem dormir, ouvindo sussurros e arrastação de cadeiras. O quarto ao lado do da mãe, que depois que o pai morreu passou a ser o meu e que era o da Elba, tem muuuitas histórias.


Não sei se a Ercy sabe o nome da árvore. Vou falar com uma cunhada que é toda entendida.

 
At 11:23 AM, Blogger Marcia said...

minha infância foi pontuada pelas hortênsias da casa da minha vó. elas mediam a passagem do tempo, na minha imaginação.

mas a flor que me seduz é orquídea. foi a primeira flor que dei a um homem, é a flor que mais gosto de receber. sempre me comove, não sei por que...

 
At 11:11 AM, Blogger Telejornalismo Fabico said...

*


margarida no verão.
flor de laranjeira prefumando o jardim.
flor de romã com um das cores mais brilhantes que lembro.
e flor de pessegueiro, pela delicadeza.
explico, minha casa era uma bagunça: jardim e pomar eram a mesma coisa.


*

 
At 1:23 PM, Anonymous Anônimo said...

As flores que lembro da nossa casa em Lavras na rua Tiradentes eram: boca-de-leão(acho que é esse o nome), que a gente apertava e elas parece que abriam a "boca", e tinha também umas florzinhas que pareciam de veludo, tinham várias cores, mas não lembro o nome.
Ah, e hortências e o significado delas me apavorava. Diziam que em casa que tinha hortências, as filhas mulheres não casavam. E lá em casa seríamos 5 solteironas! Que bobagem! Só uma ficou solteira!

 

Postar um comentário

<< Home