sábado, novembro 25, 2006

Um Mico Publicável


Depois do projeto "Sonho Possível", o Leonardo do Indizível, solicitou
outra história, desta vez para o "Mico Publicável". Aí está:

Sempre digo que mico é que nem médico. Ou vice-versa.Tu paga... gostando ou não do resultado! E, nestas histórias de pagar mico, sempre lembro de umas férias em Chapecó.
A Clarice havia casado há pouco tempo e eu vim passar uns dias aqui. A visitá-la e conhecer a cidade. Ela ainda não estava trabalhando. Passávamos o dia inteiro "batento perna" na rua, ou de pernas para o ar, em casa.
Certa manhã estávamos na cozinha, eu, ela e uma vizinha de apartamento, a Suzana. Nesta época minha irmã morava num apartamento da galeria Milano, bem no centro de Chapecó( não sei que importância tem isso nesta história, hehehe. Só para registrar mesmo).
O chimarrão passava de mão em mão e o feijão já estava na panela e, a panela, ao fogo. Panela de pressão. Mas uma panela daquelas com muito, muito uso. Muitas horas ao fogo...
Conversa vai conversa vem, a panela começa a ferver. E é um festival de vapor. Saí
a por todos os lados e frestas, menos por onde deveria: pela válvula.
A Clarice pediu que eu desse um jeito na panela:
-Zeca, dá uma arrumadinha na panela, veja se consegue fazer com que pare de sair vapor pelos lados. Acho que tem que dar um jeitinho na tampa.
Eu tirei a panela do fogo, coloquei na pia, sob a torneira. Deixei cair água para esfriar e então pude abrir a tampa. A primeira providência foi virar a borracha. Voltei a panela para o fogo. O feijão ferveu novamente. Nenhum resultado, o vapor continuava rebelde!
- Zeca, diz ela, tenta de novo!
Lá fui eu, novamente. Tirei a panela do fogo, coloquei na pia, abri a torneira, esfriei a panela, abri a tampa, virei de novo a borracha, tentei um jeitinho na hora de fechar a tampa.
Quando o feijão voltou a ferver, e o vapor continuava a sair pelos lados, ela de novo:
-Zeca, tenta mais uma vez!
-Clarice, disse eu, tu não te deu conta ainda que o problema desta panela é que ela está velha, que precisas trocar, pelo menos, a borracha? Mas tu não queres te dar ao luxo de comprar um borracha, né!?
-Zeeeca, me respondeu ela, esta panela é da Suzana! Ela emprestou. Eu não tenho uma panela de pressão.
-Hã!
E murchei, corei e a vergonha ficou à mostra.
Mas em seguida veio o riso, a descontração e a roda de chimarrão continuou.
Tempos depois a Suzana saiu do prédio, foi morar em outro bairro, a Clarice também mudou e nunca mais eu a vi. Mas o mico que paguei pela "panela de pressão da Suzana" não esqueço nunca mais.

6 Comments:

At 5:18 AM, Anonymous Anônimo said...

Ahh Zeca, da próxima que lhe pedirem você responde: "Claro! Vou ali buscar o maçarico." Aposto que a dona da panela se manifesta em um segundo!! :D

Abraço,

 
At 12:39 AM, Blogger Marcia said...

minha fina mãe sempre diz: "a boca fala e o cu paga". piu piu.

 
At 1:04 PM, Blogger Telejornalismo Fabico said...

*



o feijão deu azia?



*

 
At 9:06 PM, Anonymous Anônimo said...

Zeca, e a corrente prá frente?? Quem são seus convidados??? :D

 
At 12:08 AM, Anonymous Anônimo said...

hehehehe muito legal!!
q vergonha heim tio!!
hehehe
bjusss

 
At 11:26 PM, Blogger Luiz Felipe Botelho said...

Essa me pegou de surpresa, Zeca!
E eu estava só esperando alguma melequeira quando a panela explodisse ou coisa parecida! Até recuei quando vi de onde veio o mico. rsrs
Muito bom!

Já passei algo parecido. Andando num ônibus com um amigo, passamos na frente de um prédio com um painel de azulejos pintado com uma paisagem, muito feio por sinal. O amigo perguntou, apontando pro tal painel: "o que tu achas daquilo?". E eu: "das coisas mais horrorosas que já vi na vida". E o amigo: "foi meu pai quem pintou. Ele vive de fazer esses painéis". Fiquei branco. O cara riu e emendou: "fique assim não. Também acho horrível". E adiantou ouvir aquilo? :D

 

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