segunda-feira, maio 28, 2007

Ibaré, João Câncio, Meia-lua....



Esta memórias contamos, Clarice e eu, no forum "Como quando e através de quem vc conheceu o Ibaré?" da comunidade "Eu conheço o Ibaré" no Orkut.


Clarice:

Memórias

"Conheci o Ibaré na minha infancia,morava em Lavras.Minha mãe Celeste Martins La-Rocca era do Ibaré ou Joâo Cancio,não me recordo bem.Lembro-me q íamos as vezes no final de semana para lá para ela visitar os parentes( familia Camargo).Achava o lugar lindo,tenho bem claro na memória os aspectos geograficos,as casas, a estação de trem,nem sei se ela ainda existe.Muitas vezes vínhamos de Santa Maria de trem e nosso pai ia buscar-nos lá.São lembranças românticas de um tempo muito feliz.Nunca mais voltei lá.Hoje moro em Balneário Camburiu,mas com certeza assumi o compromisso comigo de q na próxima vez q for a Lavras, ir até o lindo Ibaré. "


Zeca:

Doces Lembranças

"Bem, eu sou irmão da Clarice... então tenho as mesmas lembranças q ela relatou... Mas lembro tbem das “pencas”, aos domingos a tarde, no Tio Ipe, pai do Jolite... lá na Meia Lua... na verdade lembro mais das rapadurinhas de leite e dos pastéis da Tia Miroca... lembro das visitas a casa da Lola, no Ibaré... de correr pelos trilhos dos trens. Eu corria e colocava pedras nos trilhos p provocar e quem sabe(seria a glória!) presenciar um descarrilamento (sim,eu era medonho!).hehe Ah! e o edifício das caturritas, q fim levou? Alguém poderia me responder? Lembro tbem do Seu Pedrinho, que fazia a linha Lavras-Ibaré com sua lotação. O ponto dele era à sombra do salso-chorão do Seu Mandinho, ao lado da sanga... pertinho de nossa casa. Sempre havia encomendas a pegar: cartas dos familiares, ovos, rapadurinhas de leite, manteiga, biscoitos.... Impagável foi a vez que fomos p assistir as pencas e o meu irmão Ítalo,iniciando nas artes da caça, deixou a arma carregada junto a cerca de arames, longinho de onde aconteciam as corridas de cavalos. Mas eu, guri medonho, brincando de Zorro e correndo pelo campo, claro q encontrei a arma. E claro q aquela era a arma do Zorro! E o maior inimigo estava do outro lado da cerca: um enorme touro. O “Zorro”, logicamente, fez mira nomeio dos olhos e disparou o tiro certeiro! Pronto, o alvoroço foi geral. Imagina q naquela época todos andavam armados e o clima sempre era tenso, pois se disputava muito dinheiro nas patas dos cavalos. Até q descobrissem o q havia acontecido, eu já andava longe e assoviando.... Claro q levei uma “tunda” do meu pai! Ah! o touro não morreu, nem acertei o tiro.... E outra coisa q a Clarice esqueceu da falar é que toda a família de nossa mãe é daí: Rodrigues Martins... São tantos nomes p lembrar.... mas eles sabem quem sou e mando um abraço p todos que lerem este relato.E, se Deus quiser, acompanho a Clarice numa visita ao Ibaré numa próxima ida a Lavras.
ah!Dos parentes daí, sempre tenho notícias qndo visito a Tia Maria,viuva do Jacques Camargo, lá em Santa Maria!!"



*Este meu relato foi publicado no dia 04/10/2005, horas depois recebi um telefonema de Santa Maria: a tia Maria havia falecido!

Tia Tereza, Rosa Clotilde, Rosane...


Quero contar para vocês que não me lembro de quando vi a Tia Tereza pela primeira vez, nem a Rosa Clotilde.
Lembro que a Tia, seguidamente, ia a Lavras nos visitar, e a toda família, claro. Penso que eu sempre soube que a tia Tereza era minha tia e a Rosa Clotilde minha prima, e naturalmente assimilei esta convivência.
Mas lembro que eu desejava uma bicicleta. Eu já tinha uma, ou melhor, eu tinha um triciclo, brinquedo de criança! mas eu queria uma bicicleta de verdade, de duas rodas... duas rodas grandes!
Um dia eu tive uma noticia ótima: minha mãe iria a Porto Alegre e na volta traria, para mim, uma bicicleta... uma bicicleta de duas rodas... uma bicicleta de duas rodas grandes!! Mas fui prontamente avisado: a bicicleta era usada, seria presente de uma prima que já não a usava mais. Que me importava isso, usada.... não tinha a menor importância. O que importava é que era uma bicicleta de duas rodas grandes!E para mim, claro, era uma bicicleta nova! Novíssima!
Mas, quem seria esta prima que faria essa gentileza? Prima de Porto Alegre era a Rosa Clotilde... seria ela? ou talvez a Rejane, filha da tia Ida?(elas também moravam em Porto Alegre). Ah, esta prima se chamava Rosane... a filha mais moça da tia Tereza! Não conhecia ela...não tinha a menor idéia como era, o q fazia, nunca tinha visto, etc... mas já comecei a gostar dela.
Bem, um dia a minha bicicleta chegou, foi uma festa! Uma bicicleta de duas rodas grandes, marca "Axel". Em outra ocasião conto como era: cor, detalhes, o primeiro tombo e tudo o mais... e algumas aventuras com ela também.
E, em uma tarde, eu estava trepado na amexeira que tinha no pátio da tia Clélia, coisa que eu adorava fazer. E o tempo passava, a imaginação corria solta... e uma menina gordinha entrou pelo portão perguntando pela tia Clélia. Não me lembro qual foi a minha resposta, mas lembro da menina: como eu já disse, gordinha, cabelo pretos lisos, corte estilo "Chanel"de franjinha, uma jaqueta amarela. E o que mais me chamou atenção: óculos de lentes coloridas.
Depois fiquei sabendo que as lentes podiam ser substituidas por outras de outras cores. O máximo!!!
Mais tarde a revelação:
-Então essa é a prima Rosane! ! A prima da bicicleta!?
E isto também queria contar p vocês: se a Tia Tereza e a Rosa Clotilde sempre fizeram parte da minha vida, a Rosane chegou na minha vida desta forma muito especial! Mas vou logo avisando: amo-as com o mesmo carinho! Elas sabem disso!
E se alguém de vocês não conheceu a Tia Tereza, perdeu a oportunidade de ter convivido com uma grande mulher, um grande ser humano, uma carinhosa tia! E quanto a Rosa Clotilde e a Rosane, vamos torcer para que estejam na próxima festa da família.
Que venham do nordeste, pois estamos com muitas saudades!
*essa história eu contei lá no La-Roccando, em 21 de maio de 2006 e acessando o link poderás visualizar, também, os comentários.

sábado, maio 12, 2007

Tio Zeferino

(Tio Zeferino, foto capturada no blog da RM)

Li na Rosamaria, que ontem completou 35 anos do falecimento do tio Zeferino.
Comentei que era inevitável lembrar dele e não lembrar dos passeios de carro aos domingos, assim como assistir aos jogos do Grêmio e não lembrá-lo. Outra coisa que sempre me recorda o tio é comer pão doce. Aqueles pães com cobertura de creme e açucar colorido. Eu adorava tomar café da tarde na casa da tia Suely por causa dos pães doces!
Passear de carro aos domingos! eu adorava ser convidado para estes passeios. Cruzávamos Lavras, da Gruta ao Passo das Tropas (coisa mais antiga, hehehe, hoje é a avenida Cel. Galvão), do Paredão ao parque de exposições. Íamos eu, o Toninho e mais alguns netos dele. Era uma diversão só!
Quando assisto aos jogos do Grêmio sempre lembro, também, uma certa tarde, depois do banho tomado, que ganhei uma nota de Cr$ 50, novinha, de meu pai. Confesso que não faço a mínima idéia do poder aquisitivo deste valor a época. Na verdade, nem vem ao caso. Em seguida fomos visitar o tio e a tia, pois eles haviam retornado de Santa Maria. No dia seguinte haveria um GreNal. Eu, gremista, o julgava um colorado. Ao cumprimentá-lo, perguntei ser ele era torcedor de qual time: Grêmio ou Inter? Ele me respondeu que não torcia para nenhum dos dois, que nem se interessava por futebol. Mas nem ouvi a resposta e na certeza que responderia ser colorado acrescentei:
-"Então eu te compro para o Grêmio!"
-"Se tu tens dinheiro para me comprar, eu me vendo", respondeu ele.
Orgulhoso, meti a mão no bolso e mostrei a nota de cinqüenta cruzeiros, novinha:

-"Claro que tenho dinheiro!" e lhe entreguei a nota.

A partir dali aumentei a torcida azul do Rio Grande!
Ele passou a torcer pelo meu time. Não sei se escutava os jogos pelo rádio (não havia tv em Lavras na época e acho que nem os jogos eram transmintidos ao vivo), não sei se chegou a tanto, mas sei que acompanhava os resultados.A cédula foi guardada por muitos anos em sua carteira.Depois de sua morte, um dia, a tia Suely me chamou até o seu quarto, me recordou a história, contou do carinho com que ele guardava o dinheiro e de sua torcida pelo Grêmio. Ela pegou a carteira dele para me devolver os Cr$50. Ao abrí-la ficou surpresa. Infelizmente a nota havia sumido. Algum tempo depois eu encontrei uma nota igual. E a guardo até hoje.