quarta-feira, junho 13, 2007

Licínio Cardoso, conterrâneo!

Foto copiada daqui

Todos os dias sempre dou uma olhada em vários sites de notícias. Hoje, no portal da rbs, encontrei uma votação sobre quais seriam os "10 gaúchos que marcaram a história". Claro que fui conhecer os candidatos e votar.
Senti falta, na lista, de um conterrâneo: Dr. Licínio Athanázio Cardoso.
Confesso que por muitos anos ignorei sua intelectualidade. Embora acostumado com o seu nome - em Lavras ele o empresta à uma praça, onde há seu busto em bronze, e à uma escola - pouco soube sobre este ilustre lavrense. Ou quase nada. Na escola nunca nos ensinaram quem ele havia sido... lembro de perguntar quem era o homem da praça, e sempre a resposta era a mesma: um médico!
Somente quando estava na Universidade que um amigo, recém formado em Medicina e que fora a Buenos Aires fazer um curso sobre homeopatia, me perguntou se eu era de Lavras do Sul, conterrâneo de Licínio Cardoso. Eu confirmei, mas... sim e daí? Então ele me contou que este médico lavrense havia sido um dos precursores da homeopatia no Brasil. Citado, estudado, recomendado e respeitado em todos os estudos desta matéria. Mundialmente conhecido e reconhecido!
A partir de então, sempre que tive oportunidade, procurei ler sobre ele. Descobri que escreveu tratados, teses e teorias sobre matemática, mecânica, sociologia... além, é claro, estudos sobre homeopatia. Fundou, no Rio de Janeiro, o Hospital e Faculdade Hahnemanniana, dedicados ao estudo da homeopatia, em 1915. Descobri que ele não é nome de praça somente em Lavras, mas também em vários lugares do Brasil e até na França. (existe um historiador - pena que não localizei a pagina na internet - que já fez um estudo sobre todos estes monumentos: localização e estado de conservação).
Bem, sabedor disso, é claro que remeti e-mail à Rádio Gaúcha contestando a ausência de seu nome em tal lista. E acredito que não é somente a historia do Rio Grande do Sul que não faz justiça ao seu vulto.
Impossibilitado de dar meu voto ao meu conterrâneo, optei por Getúlio Vargas.

sábado, junho 09, 2007

Abacates!


Hoje ganhei uns abacates de uma amiga. Nem me lembrava que já é época deles. Eu adoro abacate com açúcar e limão, e detesto com leite, ou leite condensado, ou vitaminoso... salgado, então! nem pensar....
Sempre faço batido no liquidificador, adicionando o suco de meio limão e açúcar até que fique bem doce. Depois saboreio junto com bolachas tipo água e sal ou wafer. Hummm!!!
E, claro, tem uma história para o abacate, também:
Aconteceu lá em Santa Maria, na casa do Tio Aldo. As circunstâncias, exatamente, eu não sei. Sei que estavam lá a Clô e o meu primo Antônio e o tio ofereceu-lhes um abacate que acabara de preparar. A Clô aceitou a sobremesa. Já o Antônio, recusou.
O tio insistiu:
-Come, tá muito bom!
-Não, não quero.
-Apenas para provar.
-Não, não quero.
-Mas tá muito bom!
-Mas eu não gosto de abacate.
-Ah, não gosta porque nunca provou o que eu faço. Prova este pra tu ver como tá bom!
-Não, eu não quero.
-Eu vou servir um pouquinho só e tu prova, tá?
E serviu e colocou na frente dele.
Diante da cena toda o Antônio se viu obrigado a provar. Mas a Clô intercedeu, chorando:
-Não come, Antônio, não come. Se tu não gosta não come. Tu não é obrigado a comer!

quinta-feira, junho 07, 2007

Sete gatinhos

Imagem: Gatos no Inferno

No prédio em que moro há pouco pátio, porém, nos terrenos vizinhos existe muito espaço vazio. E neles perambulam gatos. Tem noites em que o miado deles incomoda muito, pois é aquele miado de gatas no cio, de gatos namorando. Mais parece uma gemido de criança, um choro sofrido. Além de incomodar meu sono, acho angustiante. Seguidamente percebo novas ninhadas...
Quando eu era pequeno, em nossa casa lá em Lavras, havia uma gata. Ela não frequentava a casa, mas somente o pátio. Sempre ouvi falar que era a gata da Vó Rosinha. E era sempre alimentada. Junto com ela outros gatos da vizinhança também se beneficiavam dos restos de comida. Tínhamos uma empregada, a Genê, que sempre os alimentava, pois segundo ela, quem dava comida aos gatos nunca teria falta de alimentos.
Meu pai havia mandado construir, nos fundos do nosso pátio, um pequeno galpão de madeira para guardar lenha. Havia um espaço, entre o piso deste galpão e o solo, que se tornou o lugar onde as gatas pariam.
O número de gatos aumentava. Fizemos várias tentativas para nos livrarmos deles. Caçávamos alguns, colocávamos dentro de um saco e largávamos na estrada, bem longe.
O Italo, um dia, invocado com a quantidade matou um deles. Alguém lhe disse que, quando se matava um gato, haveria de matar sete. Mas gatos são difíceis de serem pegos. Assim sendo, da primeira gata que deu cria, ele recolheu a ninhada e ofereceu em sacrifício.
Foi bem simples: quando a gata se afastou da ninhada que se abrigava embaixo do galpãozinho, ele puxava um a um pelo rabo e colocava a cabeça sobre um tijolo. A mim cabia segurar o filhote e, com um porrete, ele desparava o golpe certeiro. Assim, na verdade, sumiram bem mais de sete gatinhos.
Acho que tenho que contar esta história para os filhos dos meus vizinhos!

terça-feira, junho 05, 2007

Assalto à geladeira


Há pouco desliguei o celular. Estava conversando com a Mirella, uma amiga chapecoense. Na verdade uma gaúcha, filha de Pelotas. Ela me ligou e ficamos conversando por mais de uma hora... falamos sobre quase tudo, de e-mails trocados à previsão do tempo!
Ela se queixou do frio e da casa fria, das quantidades de roupas a serem usadas e da impossibildade de sair à noite. Comentei que me sinto bastante a vontade com o frio e que as janelas do meu apartamento sempre estão com pelo menos um palmo entreabertas. No meu quarto, quando vou dormir, diminuo para meio palmo. Não sei dormir fechado. Fechar a porta do quarto, então, nem pensar!
Conversa vai, conversa vem, comentei que sempre levanto na madrugada para "assaltar a geladeira". Que uma vez acordado tenho necessidade de levantar para comer alguma coisa, do contrário não consigo retomar ao sono.

- "Ah, Zeca, então vou te falar uma coisa: é a segunda pessoa da família que me fala a mesma coisa. A Clarice sempre comentou comigo que lá pelas três, três e meia, sempre levanta para tomar um café e comer alguma coisa para conseguir dormir de novo."

-Lógico, todos nós somos assim. Todos levantamos na madrugada para um lanchinho!

-"Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de outra pessoa que tivesse este hábito!"

-Eu também não, Mirella!

Sempre que comento com amigos sobre este hábito, todos acham muito estranho. Dizem que jamais levantariam à noite para comer, ainda mais numa noite fria de inverno.
Pois eu, depois que acordo, só consigo dormir novamente após um lanche. Seja uma bolachinha recheada ou um wafer com café, uma fruta ou, ainda, uma fatia de carne assada fria que sobrou do jantar.
Este lanche na madrugada é herança de nossos pais. Fomos acostumados com ele desde a infância. Meus pais acordavam na madrugada para "fazer uma boquinha" e nos tiravam da cama para que também comêssemos. No inverno, nas noites mais frias, não saíamos da cama. Minha mãe levava um leite quente com marcela e umas bolachinhas, e comiamos na cama mesmo, por vezes dormindo.
Quando nos reunimos, na madrugada sempre há um encontro na cozinha. Chega um, depois o outro e depois o outro... até que vira uma bela reunião de irmãos. Um come uma bolacha, outro uma fruta... uma coca-cola, um pedaço de bolo... até que alguém resolva tirar a sobretoalha da mesa , passar um café quentinho, fazer uma torrada...
Daí, a conversa flui até que um se dê conta:

- Vamos dormir, hein!? o dia já está quase amanhecendo.