domingo, setembro 23, 2007

D. Joaninha, minha madrinha!

D. Joaninha - imagem capturada no orkut da Ieda


Das minhas lembranças de infância uma é que eu era uma criança muito arteira (sapeca, travesso...).
Eu brigava na rua (instigado pelo Italo, claro!), dizia palavrões, me botava nas pessoas ( agressão a ponta-pés e tapas)...
E sempre era castigado por minhas travessuras, embora o Italo garanta que eu fui o menos repreendido por meus pais. Lembro bem que tomei muito laço de chinelo, de relho, de vara de marmelo e, claro, boas palmadas.
Havia lá em Lavras uma senhora que vendia doces de porta em porta. Percorria todas as ruas da cidade vendendo deliciosos puxa-puxas, pirulitos, negrinhos... Dona Joaninha, este é o nome dela. Eu a conhecia, não só por ser seu freguês, mas também por ela ser a mãe da Ana Céres e da Ieda, colegas de escola da Clô.
Uma vez, não sei qual tinha sido minha travessura, mas eu já corria pelo jardim da frente da casa tentando escapar de mais uma surra. Claro que já chorando e berrando...
Do outro lado da rua passava, neste momento, a d. Joaninha, com sua cesta de doces. Quando ela percebeu que eu corria, porque seria castigado por minha mãe, a custa de mais uma travessura, ela intercedeu a meu favor. Atravessou a rua e veio pedir para que eu não fosse castigado desta vez, afinal eu era um bom menino, educado, gentil... e que não faria novamente seja lá o que eu tivesse feito. Eu concordei imediatamente, lógico.
Ânimos acalmados, ela me fez prometer não repetir as travessuras e me disse:
-"Eu te salvei, então a partir de hoje serei tua madrinha e tu meu afilhado. Quando estiveres em apuros me chama que eu venho te salvar, certo?"
Eu balancei a cabeça acenando concordar. E daquele dia em diante sempre que nos encontrávamos lhe pedia a bênção, e ela respondia:
-"Bênção, meu afilhado!"