sábado, dezembro 16, 2006

Pão Recheado



Hoje ganhei um panetone, presente de Natal. Li, no blog O estranho mundo de Xôn, sobre um pão e uma padaria inesquecíveis. E, no Roccana, uma receita de pão, que parece ser muito saboroso.
Outro dia, no supermercado, li um banner que anunciava o panetone de fabricação própria: novinho, fresquinho... Engraçado, sempre acreditei que este pão era feito para ser saboreado depois de vários dias. Pelo menos é umas das historias que eu sei, que ele era feito dias antes do Natal, para que o padeiro não tivesse que trabalhar na véspera. Bem, o que importa é que é uma delicia mesmo. Eu acho!
Mas, na minha infância, não existia o pão cacetinho, de 50g. Em Lavras existia somente a "taleira de pão": uma taleira, um quilograma de pão. Meia taleira, meio quilo. E tinha, também, a taleira de "quarto de quilo". Depois que saí de lá, nunca mais ouvi falar este termo. Coisas da Lavrinha! E que delícia que era ir comprar o pão e, no caminho de volta para casa, comer o bico do pão, os dois bicos! Hummm!
Ah, outro dia, na Padaria Chave de Ouro, em Santa Maria, encontrei o que seria uma meia taleira de pão! Claro que levei para casa e me deliciei com o pão cortado em fatias, grossas fatias. E com muita manteiga!
Na minha casa só se comprava o pão d'agua, francês ou cervejinha. Eu adorava tomar o café da tarde na tia Suely, pois lá sempra havia o pão doce, com um creminho amarelo recheando e açúcar colorido na cobertura. E o pão cabrito, sovado, no formato de uma mão. Deliciosos!!!
E o pão feito em casa? O feito lá em casa não tinha graça. Bons mesmo eram os feitos nas casas das tias. Pela Eleni, pela Ercy...
E tem aquela história de um pão recheado:
Aconteceu há muitos e muitos anos, lá em Lavras, claro.
Numa certa manhã os clientes voltavam àquela padaria e pediam mais do pão que haviam levado mais cedo. O proprietário, lógico, oferecia o pão d'agua, que era o pão feito na madrugada.
-Não... quero daquele outro. Daquele que eu levei hoje de manhã cedinho. Um pão recheado, muito gostoso!
Ele não sabia de que pão se tratava, não entendia muito bem e a pessoa acabava levando o pão comum.
Depois de vários pedidos pelo tal pão, o tal proprietário, encasquetado, foi questionar o padeiro.
Para sua surpresa, lá estava ele, deitado, dormindo, bêbado... a roupa ainda suja de um, digamos, certo conteúdo de seu estômago que havia saído pela boca, na hora em que amassava o pão feito na madrugada.
É, mais cuidado na hora de comprar pão!