Lavras do Sul tem Mumu!!!
Aprendi a ler bastante cedo, antes mesmo de começar a freqüentar a escola.
Viajávamos com certa freqüência: Bagé, Caçapava do Sul, Santa Maria e Cassino, no verão. Foi nestas viagens que aprendi a ler. Eu "lia" algumas placas que tinham à beira das estradas:
A seguir vieram algumas palavras no jornal (assinávamos o "Diário de Notícias").
Depois comecei a freqüentar o Colégio Pedro Américo e fui alfabetizado pela professora Emy, Emy Luz Tunholi (que carinho guardo por ela!).
Naquela época havia os vendedores de livros, que batiam de porta em porta, vendendo coleções.
Em casa, tínhamos uma linda biblioteca, uma estante de livros na verdade. Minha mãe sempre lia estorinhas para mim e eu adorava!
Assim, eu comecei a tomar gosto pela leitura. E, no que me foi possível ler, comecei a "devorar" os livros daquela estante. Primeiro foram as “Fábulas de Esopo”, uma edição linda! Eram livros bem pequenos em cinco volumes, cada um de uma cor. Depois vieram as coleções do "Reino Infantil", o "Mundo da Criança", o "Tesouro da Juventude", "Enciclopédia Delta - Larousse", "Histórias da Nossa História" (uma coleção sobre a história do Brasil, linda também, ilustrada como se fossem quadrinhos e o oposto da coleção de fábulas, pois eram livros enormes!), "História do Brasil", "Ciências da Vida", tinha uma coleção de livros de Geografia, mas não lembro o nome, e outros... porém, estes eu li todos os volumes, página por página. Houve, também, os Dicionários, sempre muito consultados! Isso enquanto morávamos em Lavras. Eu tinha quase oito anos quando fomos morar em São Sepé e freqüentava o terceiro ano do primeiro grau.
Em São Sepé, me lembro quando inauguraram a Biblioteca Municipal, no Centro Cultural. Fui um dos primeiros a "fazer ficha” e meu primeiro empréstimo foi "O Menino do Dedo Verde", Maurice Druon. Mas, geralmente eu lia lá mesmo. Ficava, no mínino, umas duas horas absorto com a leitura. Ás vezes, a tarde inteira.
Minha irmã Clarice era outra que adorava a leitura. Com ela descobri uma leitura mais adulta, mais cabeça, mais intelectualizada... O primeiro que "roubei" dela foi "Cem Anos de Solidão" de Gabriel Garcia Marques.
Durante o segundo grau, os livros eram mais da literatura brasileira, pensando no vestibular: o primeiro foi “O Quinze”, Raquel de Queiroz.
Com a faculdade vieram os didáticos e “Introdução à Arquitetura” do Leonardo Benévolo foi uma iniciação à teoria da arquitetura.
Com o desuso, a maioria daquelas coleções, que fizeram parte da minha infância e depois somente “enfeitavam” uma estante, um dia foram parar em caixas de papelão e em outro foram doados à biblioteca de uma escola. Tomara estejam servindo a outras gerações, como serviram a mim e meus irmãos. Pois, foi com este intuito que minha mãe fez esta doação.
Ah! Todas estas lembranças porque ontem, ao abrir a página da UOL, lá estava : “Crianças: Fábulas de Esopo”.